20111204

Barcelona, Espanha Se juntarmos um molho de correligionários cheios de doença numa pandilha deserta, podemos enfeitar o final de um sumptuoso repasto com as suas fezes. A toda a volta achegam-se manjedouras com bordões de Argan encastoados a tomilho fresco. De tempos a tempos, cada narina inspira uma boneca de sementes, desatando num chorrilho que ficaria muito bem ao pescoço de qualquer mulher da terra. Sobre a mesa escorre, da abóbada, um lustre. Todos os comendadores e anestesistas lhe prestam reverência e aguardam uma palavra, uma síncope. Tudo termina bem regado, com viçosas indiscrições a entrelaçarem-se nas pesadas sanefas de brocado. Quando as enceradoras dançam a última circunvalação nos salões vazios, já os vigilantes sonham com o fausto das cavalgadas tumbas.

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