20121220

Ponta do Sol, Madeira, Portugal

Um campo lavrado de amarelo. Sulcos curvos de uma regularidade individual ondulam em fuga para o horizonte fechado. De momento, só brotam cabecinhas; todas desiguais, fruto da mão de um semeador disléxico. Bons arados passam pelo meio dos regos afagando os montículos. Isto faz crescer a cultura pelo rodar dos pescoços. É impensável dispensar um bom arado. Há rebentos que, pelo rigor, ostentam ‘cloches’. Outros há que polinizam em redor, soltando cabelos. Os mais débeis atrofiam no solo profundo, soltando guinchos cada vez mais mortiços. São estes que, filtrados pela turfa, nos chegam como lamentos de sarna.
Eis que a estufa cristalina cai, com um estrondo. Os rancos que saltam, maturam logo, mal perdem o toque da terra. Esbracejam os membros que esgalharam em tal instante, recolhendo pertences que os tornarão autónomos, na safra.
Na fase seguinte falaremos da fileira de processamento.

Sem comentários: